quinta-feira, 20 de junho de 2013

Despedida de um ano intenso!


Despedida aos membros da AIESEC no Brasil:

Hoje é meu último dia da trabalho no escritório como MCP de vocês.

Gostaria de deixar uma última mensagem a vocês.

Em 5 anos e meio de experiência na AIESEC, eu termino me sentindo feliz e preenchido por ter desfrutado do meu maior sonho ao longo destes 24 anos de vida: poder ter a oportunidade de representar a juventude brasileira.

E sair num contexto em que o Brasil está em ebulição com constantes movimentações, em que cada vez mais o jovem está em evidência e forte buscando a mudança, em que vi minhas timelines lotadas de fotos de vocês em manifestações de Manaus a Porto Alegre, ou expondo seus pontos de vista sobre o que está acontecendo, só me deixa com a certeza de que este ano foi só o começo de uma vida profissional na qual aprendi a amar e valorizar as mudanças que um pequeno grupo de pessoas que acreditam em algum impacto que valha seu tempo, recursos e expectativas é capaz de fazer.

Olhe ao seu redor, as possibilidades que você tem de se desenvolver: vender experiências que mudam a perspectiva das pessoas sobre os problemas sociais, dar impulso por experiências profissionais a futuros grandes líderes da sociedade, impulsionar e lutar por debates em nossos projetos que façam com que eles sejam cada vez mais relevantes à suas necessidades locais, criar agentes de mudança movidos a valores e crenças tão importantes neste momento do nosso país.

Costumo dizer que o produto é a manifestação física da essência de uma organização. E o produto da AIESEC é sua experiência. Sua experiência que gera pessoas como eu, como você, como as quase 20 mil que viveram-na durante a gestão do Dare, assim como outros milhares nos anos anteriores. Lembre-se na sua luta de que a AIESEC pretende "Preencher as potencialidades humanas". Pelo nosso AIESEC Way, isso significa criar indivíduos com Conhecimento, Habilidade e Atitude necessárias para encontrar seu propósito de impacto na realidade na qual está inserida. Qual é o valor da @XP para sua carreira? Isso é só o início. Não se esqueça das possibilidades de aprendizado, de tornar isso um laboratório que irá ecoar durante toda sua vida profissional, que irá fazer com que você perceba melhor que tipo de comportamentos pretende levar ou não consigo.

Sinceramente, levo comigo de MC dois anos muito prósperos profissionalmente mas que revelaram também alguns comportamentos que adquiri que não pretendo ter comigo na minha vida toda. E que bom que você descobre isso aos 20 e poucos anos, e tem essa centelha plantada desde agora. Tenho um propósito e uma ambição muito mais clara do que há anos atrás, tenho meus valores mais consolidados, tenho erros a perder de vista, tenho lágrimas de alegria a perder a conta.

E o que eu levo deste nosso convívio, desta experiência? Cada momento que se eternizou na minha busca por propósito e que me faz estar aqui voluntariamente sentado nesta cadeira escrevendo pra vocês. É ver 500 jovens cantando juntos "Aquarela do Brasil", é ver 500 pessoas aplaudindo de pé a comemoração de um CL que lutou aquele ano todo por um propósito, é poder sentar com vocês em almoços e jantares e levar um pouco do aprendizado e da história de cada um de vocês. E ter a certeza de que este foi só o início da minha vida profissional me dá muito gás pra confiar no mundo e nas pessoas de que muita coisa boa ainda está reservada pra minha história.

Obrigado pela confiança, pelos feedbacks, pelos abraços, pelo choro, por terem suportado nossos erros, pela raiva, pela alegria, pelo reconhecimento, pela responsabilidade.

Saio com a certeza de que convivi com 5 mil pessoas que queriam o melhor para a AIESEC no Brasil, e nunca duvidei das intenções de alguém querer prejudicar este propósito que é muito maior do que qualquer ego, qualquer pessoa, ou qualquer estratégia. Ele é atemporal e sempre lutará por gerar líderes para a sociedade mundo afora.

Saio agora para uma busca e realização de um sonho: um ano sabático para viajar ao redor de diversos lugares do mundo, para construir a base da minha ideia de empreendimento estudando e vivendo culturas diferentes antes de começar meus planos futuros. Se quiserem saber mais, podem ir acompanhando meu blog: www.futuroempauta.blogspot.com , que começo a postar a partir de julho!

E o mais legal é que o propósito continua bem próximo ao que foi este ano: "Activating youth to build the change Brazil needs".

Nos vemos pelo mundo! :D

Abraços,

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A música que não sai da minha cabeça.

Hoje eu estava pensando numa frase que escutei há bastante tempo, numa viagem vendo um seriado no avião. Ela dizia: "Não saber o que você sente não significa que você não sente nada". E tem algum tempo que eu me pego às vezes pensando nisso: o que aconteceram com grandes paixões minhas do passado que estão mais adormecidas hoje? O que aconteceu com meus sonhos de criança hoje? O que aconteceu com cada batida forte do coração.

Eu tenho um sonho um pouco tosco e idiota. Mas eu sempre sonhei em cantar ópera. Não que minha voz seja uma maravilha. Mas desde pequeno, quando eu tocava o básico de piano que aprendi, fiz aula de canto e meu violão, eu sempre sonhava com um dia que pudesse me apresentar num Cruzeiro estilo Roberto Carlos canta (hehe) cantando um Frank Sinatra, um Elvis Presley.

E essa música que não sai da minha cabeça.

No meio de São Paulo, construindo todo o caminho que pretendo trilhar nos próximos anos, é difícil parar pra pensar que um dia eu faria isso. Mas também meu coração batia muito forte por futebol há um tempo. Sempre olhava os jogos, acompanhava quarta e domingo, mas de uns tempos pra cá me doía. Um stress incontrolável quando se perdia um jogo, uma atitude de raiva à toa. Tive que aprender a me controlar e diminuir por um tempo meu engajamento com isso. É meio que incontrolável, mas dizem que não se pode controlar seus sentimentos completamente, somente suas reações. E a vontade que eu tinha que me levou a entrar na faculdade de comunicação pra ser Jornalista esportivo ficou pelo caminho.

E essa música que não sai da minha cabeça.

Olhar pra trás e ver sonhos como estes me lembra também a história do meu vestibular. Tentando Jornalismo na UFJF e na UERJ. E aí, sem nota na UERJ, comecei a fazer UFJF, mesmo me sentindo mal por ter fracassado na minha possibilidade ir pro Rio e ter sido reprovado em algo pela primeira vez depois de muito tempo. E só descobrir que fui chamado pro segundo semestre mais de um ano depois, enquanto procurava meu nome no google. Meu também sonho de poder estar no Rio, vontade de viver em alguma cidade diferente e explorar algo, acabou que ficou pelo caminho naquela hora. Mais uma vez, uma verdade absoluta tão mutável quanto o criador da mesma.

E essa música que não sai da minha cabeça.

Seja quanto a morar numa cidade que gostaria, seguir uma paixão irracional ou conviver com um sonho esdrúxulo que não me sai da cabeça, depois de 23 anos, todos estes sonhos incompletos ou vidas paralelas que nunca existiram formam um vácuo no íntimo da alma de olhar para trás e inseguro de pensar: será que os meus sonhos de hoje também ficarão pelo caminho? Será que tudo isso que eu vivi até agora e minhas paixões serão renegadas até o final da minha jornada?

Acho que existe algo muito além da razão que rege o caminho das pessoas. Muito além do que é compreensível, padrões de sentimentos e contemplações que vem impressas em cada um. E acho do fundo do meu coração que lá no fundo eu sei que, se estas paixões tem um impacto tão grande em mim, elas não morrerão. Podem estar adormecidas, podem não ser praticadas no dia de hoje, porque tenho uma outra paixão que me move agora. Mas elas sempre continuarão comigo.

Espero que você também pense nas suas paixões ao longo da sua infância, adolescência, e o que faz delas hoje. Elas não irão embora, tampouco você. Como vai vivê-las no dia a dia?

Eu não tenho a resposta. Mas não me preocupo agora. Porque sei que meu coração bate forte como nunca por algo diferente agora. Por uma experiência que me custou suor, lágrimas e me deixa muito orgulhoso por ter um papel ativo para meu país. Como o quintal da minha casa que era enorme quando eu era menor, hoje parece que piso no Maracanã todo dia quando levanto da minha cama.

E continuo vivendo minhas paixões, de maneiras diferentes, no meu dia a dia. Não tão extensamente quanto antes, mas certamente desfrutando da mesma intensidade. Seja vendo um jogo e lembrando das inúmeras vezes que estive ao lado do meu pai fazendo isso, tocando uma música que me lembra da minha mãe, visitando o Rio e respirando aquele mar que me encantava quando criança.

Porque elas são como aquela música que não sai da minha cabeça.

Be still when you have nothing to say; when genuine passion moves you, say what you've got to say, and say it hot. 

David Herbert Lawrence