sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Excelência não é um feito, mas sim um hábito



No dia 27 de fevereiro de 1989, mais exatamente às 4 horas da tarde, eu nasci.
De quantos meses? Meu parto demorou? Quem fez meu parto? Eu não sei.
Passei anos imaginando, me olhando no espelho, como eu gostaria de saber a resposta para algumas destas perguntas. Só fui entender o que era ser filho do coração uns anos à frente.
Ser filho do coração é uma prova imensa de amor. Dos seus progenitores, dos seus pais, da sua família. Isso tudo por que é uma escolha muito pensada, muito difícil para algumas pessoas, e por muito tempo foi mal vista, alvo de preconceito pelos homens de puro sangue, as famílias tradicionais de linhagem tradicional!


Desde o início, sabia do fato; meus pais sempre foram muito sinceros, não foi nenhuma cena de novela. Aprendi a amá-los, a conservar cada minuto de carinho, cada momento especial. E as dúvidas foram se esvanecendo da minha cabeça.
Porque o quem você é hoje não é tão importante quanto o que você se esforça para ser amanhã.
Cada característica minha pessoal não é delineada por traços biológicos, ou por herança genética; as pessoas definem suas personalidades através de comportamentos. E é isso que faz toda a diferença do mundo: o modo como você age.
Por exemplo, se você é considerado uma pessoa educada. As pessoas te elogiam, sempre dizem isso sobre você. Se durante um ano você acha que tem esta competência intrínseca a seu caráter, e passa a esquecer de dar bom dia, de agradecer, de se desculpar, certamente você não será mais educado; a arte de viver é um exercício constante de melhora pessoal, de estabelecer hábitos e ações que o tornem um exemplo para outras pessoas e que definam o seu caráter.
Para mim, o importante não é o verbo Ser. É o verbo estar. As pessoas mudam, suas personalidades mudam. Isto é algo incontrolável, o curso não é simplesmente uma linha reta; o que fará a diferença é como vamos reagir a estas mudanças. E para isto, criamos missão, valores e projeções de futuro.

E assim, minha família me deu o exemplo. Aprendi o real sentido de viver. Criei a minha missão: causar impacto na vida de outras pessoas e mudar a vida delas para melhor. Como a minha foi mudada pelos meus pais, pelos meus irmãos; o processo se encadeia de tal forma que acredito que seja capaz fazer muito mais do que eu consigo imaginar; e a cada vez que ouço um agradecimento, meu coração se enche de força para tentar cada vez mais.
Há algum tempo atrás, achei um livro no sítio do meu pai; ele se chamava "o plantador de árvores", ou algo parecido. Contava a história de um homem que todos os dias, plantava suas sementes num local ermo, onde não havia nada. Questionado por que fazia isto numa terra tão ruim, ele sempre mostrava fé que com sua plantação, conseguiria restituir toda a flora ali não existente. E durante um tempo, foi motivo de descrença e chacota.
Após 10 anos, a situação já mudava: já haviam algumas plantas, a população começava a se aproximar do vale, agora mais verde; e de dez em dez anos, as coisas foram melhorando, até que o vale se tornou verde o bastante para abrigar uma população e garantir a prosperidade de muitos que outrora se veriam frente a frente com a seca. E tudo graças a um semeador que talvez nunca tenha sido visto pelos homens do vilarejo, que poucos sabem do que fez. Mas ele foi lá e mudou.
Acredito muito no potencial de mudança das pessoas. Sou um entusiasta do ser humano.
E daí, o que isto tem a ver com meu aniversário? Minha adoção?
Escrevo para dizer que "problemas" como os que tive com origem não são o principal da vida; o que realmente desenha seu caráter são suas ações, e não há nada que imponha um limite ao que você quer se tornar. Assim, o tamanho dos problemas e como você vai encará-los torna-se uma questão de ótica, e não um empecilho. Eu poderia ter parado minha vida, não ter aceitado a adoção, ter procurado meus pais biológicos, mas, de coração, isso não faz a mínima diferença para mim hoje.
Eu me tornei filho da Elaine, do Ronaldo, irmão do Tomás, do Cassiano e da Aline. Eu me tornei neto da dona olga e da dona ondina, do seu isaltino e do joão. E eu criei a minha meta:mudar a vida das pessoas para melhor, a começar dentro da minha casa.

"Nós somos o que nós repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um feito, mas sim um hábito."
Aristóteles