quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sete coisas que não aprendi nos livros - Parte 1

Nos últimos tempos, vivi uma série de situações que me fez repensar como me colocaria numa posição de liderança. E ver como cada uma delas me modificou, moldou pensamentos e me fez refletir. Espero que isso faça você que está lendo refletir!
Eu dividi sob o título sete coisas que não aprendi nos livros. Não tem nenhuma ordem de importância, vai mesmo pelo dia!

Parte 1: "Metas são sonhos com prazo para realização"




Se pudesse me resumir a uma palavra, ela seria inspiração. Desde pequeno, sempre fui inspirado pelas pessoas que moldaram meu caráter, e minha missão pessoal é se tornar um inspirador para que outras pessoas sintam a gratidão que sinto em relação às pessoas que criaram um sonhador.

Sempre me foi permitido e aconselhado a sonhar. Desde pequeno sempre fui alguém que me cobrava muito. Até me adequar à realidade, isso durou muito tempo, porque meu objetivo era não criar problemas para os outros. Na minha infância, eu me lembro de uma cena: matriculado na escolinha de futsal, quando as pessoas do outro time vinham pegar a bola de mim, eu entregava sem relutar. Não queria magoar ninguém, porque sentia isso em relação a meus pais. Eu me lembro o quanto já apanhei e fui xingado (hoje eu sei com razão) durante esta parte da infância.
Então, com o passar do tempo, os sonhos tomam forma. Não são simplesmente um esboço, uma coisa inalcançável. São um escopo do que você no seu íntimo pretende se tornar. São sua inspiração. E é aí que sonhos deixam de ser inalcançáveis. Quando você os transforma em metas.
Tenho um grande marco na minha vida sobre quando transformei meus sonhos em metas. Na minha formatura de quarta série do primário, a minha primeira na escola, meu pai me explicou que não poderia ir à minha festa, porque tinha que viajar. Eu chorei, esperneei, nunca aceitei isso, porque pensava que nunca perderia a primeira festa de formatura do meu filho. E eu recebi um telegrama na época, com os seguintes dizeres que guardo comigo até hoje:


Confesso que minha primeira reação foi de raiva. De ter um sonho arruinado, de ter minha família eternamente ao meu lado, principalmente nestes momentos. Eu guardei o telegrama na época somente por educação, e passei alguns dias sem falar com meu pai. Compreensível não?
Passam-se os anos, e depois, quando eu já estou na faculdade, criei uma meta para minha vida: causar impacto na vida de outras pessoas. Desde tocar violão no centro espírita, até me dedicar a obras voluntárias, foi isto que busquei. E resolvi compartilhar com meu pai isso. E perguntei qual tinha sido o maior desafio dele neste tipo de trabalho.
Desde pequeno, sempre vi o trabalho com obras sociais, e uma dedicação enorme a isto. "Meu filho, há uns 20 anos eu criei um projeto de apoio no vale do jequitinhonha. Era um plano de apoio às crianças, a construção de uma creche. Busquei minha vida toda apoio para isto. Nunca consegui ninguém que financiasse. E isso só foi possível há oito anos atrás, mais exatamente, no dia de sua formatura, quando fui até o vale do jequitinhonha inaugurar as creches para o projeto que eu sonhei, porque era a única época em que o realizador do projeto junto comigo podia viajar".
Eu gelei. Como eu podia ter feito tudo aquilo? Tornei a realização do sonho de alguém um empecilho, aposto como aquilo o fez sentir mal. E isso refletiu muito na minha maneira de encarar os sonhos dos outros e os meus.
Quem sou eu para julgar o sonho de alguém? Como colocar seus propósitos pessoais frente a frente com sonhos de outras pessoas pode ser maléfico a elas? Eu sei que não sabia o motivo anteriormente, mas obviamente não podia desconfiar do amor ou confiança das pessoas que mais estiveram ao meu lado durante estes anos de vida. E os meus sonhos? Será que um dia isso não ocasionaria mal entendidos como o de meu pai? Será que eu teria que abrir mão de situações como aquela para realizá-los? Eu fiz a minha escolha.
E esta foi a primeira vez que ouvi esta frase: "Metas são sonhos com prazo para realização". Neste contexto, eu aprendi que seus sonhos devem ser respeitados, e não julgados; cada pessoa tem suas aspirações, tem sua vontade. E a missão do líder é inspirar, fazer com que elas cheguem mais próximas daquilo que ambicionam; e principalmente, tornar isso palpável e possível. Que sonhos sejam dissolvidos em metas, para que não existam somente no nosso inconsciente, mas que se tornem o sentido da vida e o único caminho possível para a felicidade.
Desde então, criei metas para aprendizado; criei metas para cada oportunidade que ia abraçar; metas até para minha vida pessoal. E isso se torna um hábito;e a partir daí, os sonhos se tornam parte integrante da sua vida.

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