quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Agradecimento especial




No próximo dia 16 de dezembro, ao passo que concomitantemente embarco para meu primeiro intercâmbio em Bangladesh, termina minha experiência de quase 3 anos como parte da AIESEC em Juiz de Fora.
Foto do primeiro Discovery Days da AIESEC em Juiz de Fora / abril 2008

Ao longo destes 3 anos de experiência, passei por 2 comitês organizadores, 3 times nacionais (agora como coordenador), 10 conferências (2 internacionais), um ano como diretor e agora outro como presidente de comitê local. Uma experiência extensa, mas muito mais relevante não pelos cargos em si, mas sim pelos desafios que tive que enfrentar em cada momento.

A começar pela institucional, a AIESEC é uma organização que eu considero idealisticamente perfeita. É impossível achar alguém em sã consciência que seja contra a missão da AIESEC, que consiste na paz e preenchimento das potencialidades humanas. Uma plataforma internacional para que jovens explorem e desenvolvam seu potencial de liderança buscando o impacto positivo na sociedade. A frase e definição criam uma organização única para desenvolvimento de competências exigidas não somente pelo mercado de trabalho, mas sim para a vida.

Costumo dizer pras pessoas que ninguém é capaz de motivar alguém; através de palavras, elas podem ter um efeito em uma pessoa ou em outra. Mas motivação é algo que vem internamente, uma força que te conecta de coração com aquilo. O que todas as pessoas do mundo ao seu redor podem fazer para te motivar são nada mais que mostrar possibilidades e oportunidades que você pode ambicionar, mas se você não compra a ideia, não dá certo.

Eu comprei a ideia da AIESEC. Eu comprei um compromisso com criar uma sociedade com menos preconceitos, de ter uma experiência que fosse relevante não só para mim, mas para impactar quem estivesse ao meu redor. E ao longo destes anos tiveram algumas histórias que me fizeram ver e refletir sobre a força de pessoas conectadas por um ideal.

Cye Sergio, primeiro trainee da @JF (sentado de branco)

O primeiro aspecto que me fez refletir foi o contato com o internacionalismo. Pessoas de diferentes países, com diferentes culturas, me fizeram aprender sobre "os problemas culturais". O que é um problema para alguns pode ser uma grande oportunidade para outros. Nunca me esqueci da primeira vez que falei que íamos enviar alguém para a Colômbia minha mãe reagir com estranheza e ser alvo de chacota por parte de várias pessoas. E não é que no final das contas, alguns dos maiores amigos que fiz na AIESEC ao longo destes anos vieram de lá? Aprendi muito com o nacionalismo dos colombianos, e vi como o estilo de vida deles tem a nos ensinar.

Além de brasileiro, eu sou um cidadão do mundo. Onde quer que eu esteja, pretendo aprender diferentes maneiras de tornar aquele lugar melhor para as pessoas que ali viverem, de acordo com a percepção deles. Tem muitas coisas que o Brasil deve aprender com lugares de fora, assim como tem muitas coisas que o mundo pode aprender com o Brasil; amo meu país, meu mundo, e tenho intenção de torná-lo cada dia dando mais condições para que seus habitantes estejam em condições de uma vida digna.

Eu e o presidente da AIESEC Internacional, Hugo Pereira

Aprendi na AIESEC a vencer n preconceitos meus; convivi com pessoas de diferentes universidades (UFJF, Machado, Vianna Jr., Granbery, CES, pós graduações), faculdades (Engenharias, Arquitetura, Economia, Administração, Direito) e com experiências de vida extremamente diferentes (pessoas que viajaram para países como Rússia, Índia, Tunísia, Egito). Isso me deu uma nova percepção de mundo.
Além disso, encontrei minha linha de estudo dentro da faculdade, consegui trabalhar com uma leva de oportunidades
e eventos que me moldaram como pessoa.

Mas ao longo destes 3 anos, o que mais aprendi foram com as pessoas. Por mais que a organização em si
seja idealisticamente perfeita, ela só é possível através de pessoas. Pessoas capazes e motivadas naquilo que fazem.

Agradeço a cada conversa que tive com diretores nacionais, a cada amigo que fiz, a cada congresso que participei, a cada obrigado que recebi,
a cada pessoa que selecionei, a cada intercambista que vi feliz com sua experiência, cada trainee que conheci. Para mim, é isso que fez a diferença na minha
formação. Este era o objetivo que me uniu à AIESEC: a possibilidade de me conectar a pessoas diferentes, nem melhores nem piores
que eu, simplesmente diferentes, mas algumas essencialmente brilhantes.

Carrego durante os próximos anos minha eterna gratidão à organização e me deixo a disposição para ajudá-la no que for necessário.

Para terminar, nunca vou me esquecer da história que aconteceu no Congresso Internacional 2010, na Índia.

Ao receber uma premiação de melhor projeto da AIESEC Internacional, os competitivos chineses receberam o segundo lugar.
Não houve comemoração, foi algo singelo. Não havia comoção por parte deles, chateados de não terem vencido a competição.
Para surpresa maior dos espectadores, os vencedores foram ninguém menos que o projeto de Taiwan.

O presidente da AIESEC em Taiwan, aos prantos, disse que era a primeira vez em 20 anos de existência que sua AIESEC era chamada ao palco para comemorar algum prêmio.
Agradeceu, e aplaudido de pé, desceu do palco. A premiação terminou. Os acanhados chineses se encontravam em um canto.

Você há de imaginar que perder um país muito competitivo e focado em metas perder seu prêmio para uma província
com uma série de problemas históricos não deve ser a melhor sensação do mundo. Foi quando vi o ato que mudou minha percepção e me fez acreditar mais na força da mudança.

O presidente da AIESEC na China se aproximou do de Taiwan, deu-lhe um abraço e parabenizou-o. E assim fizeram os outros
10 integrantes dos dois países, que conversavam e trocavam ideias, um olhando o prêmio do outro, mas sorrindo, se confraternizando.

Quem estava comigo não deixou de reparar que eu chorava copiosamente. Esta imagem nunca sairá da minha cabeça.

Agradeço à AIESEC em Juiz de Fora por nestes 3 anos, ter me dado esperança e força para mudar e empreender. Parto agora para um intercâmbio
em Bangladesh e outro na Indonésia, lugares que nunca tinha pensado em ir. Mas com um projeto único de mudança, e que pretendo que seja
algo que trabalhe para sempre na minha vida. Isso para mim fez toda a diferença do mundo, e mais, criou uma meta pessoal:

Ser positivamente relevante para 1 bilhão de pessoas até o final da minha vida.

Sempre estarei aqui para apoiá-los!

De um alumnus orgulhoso!

:)


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