quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Notícia enquanto forma de conhecimento

Na era do Twitter e da queda do diploma de jornalista, vem a calhar a discussão sobre a notícia enquanto forma de conhecimento.
A recente anexação da web 2.0 e das possibilidades inúmeras de participação e interação do espectador torna o trabalho do jornalista uma minuciosa arte de trabalhar o fato de um modo que ele se destaque ou que agregue valor à pessoa que lê a notícia. Caso contrário, o jornalismo se torna uma atividade supérflua e marginal em relação ao público.
A queda do diploma da profissão só veio corroborar a nova era da informação, a era dos dados. Como o texto diz, o jornalista deve saber conduzir a notícia com o "conhecimento de", a sua forma de interpretar proveniente de experiências sociais prévias, ao "conhecimento acerca de", sua capacidade crítica e de lógica da análise do fato em questão. Quem consegue unir estas duas características tem a garantia de um público fiel e que realmente valorize o valor do trabalho jornalístico.
Numa profissão que já cometeu muitos exageros, sensacionalismos e erros de apuração, qual o diferencial que leva o leitor a procurar um jornal em detrimento do twitter da fonte? Seja por ironia ou contradição, o que antes era o maior antagonista da profissão agora é seu diferencial: a interpretação do autor da notícia. Se antes se lutava com unhas e dentes pelo jornalismo frio e imparcial, o futuro nos revela que o jornalismo interpretativo é o único caminho possível para a nossa atividade.
E não é só interpretar a seu modo, como os manipuladores de antigamente. Tente enganar seu público, e tudo que o profissional ganha é um nome sujo e propagado em todos os meios de comunicação como anti ético. Vide o impacto da discussão Record x Globo, ou do número de leitores que a Veja perdeu por sua parcialidade.
Robert Park levantou a discussão ideal num tempo diferente, mas que é muito útil para discussão e reflexão no Jornalismo para todo e sempre. Em tempos de nebulosa turbulência no ramo, reforçar a notícia enquanto forma de conhecimento é alento a nós jornalistas.

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